Um dos musicais mais ternos do cinema americano, que transborda meiguice e alegria em meio ao soturno universo londrino, Minha Bela Dama é um culto à beleza, à elegância, à perfeição estética e as cores vibrantes. O roteiro simples é magnificamente preenchido por números musicais cativantes, letras originais e excelentes interpretações. A história, passada no século XIX, retrata a metamorfose da vendedora de flores Elisa Doolittle (Audrey Hepburn), que tem seis meses para virar uma dama da corte inglesa e não ser descoberta pela rainha como plebéia.
Para ensiná-la, entra em cena o professor Henry Higgins (Rex Harrison), um lingüista especializado em fonética, conhecido pela sua capacidade em determinar a região exata da Inglaterra em que uma pessoa nasceu apenas pelo seu sotaque. Assim que vê Elisa, com seus trejeitos e grunhidos primitivos, vê a possibilidade de provar à sociedade londrina sua especialidade, além de alimentar o ego por ter conseguido transformar uma pseudomendiga numa princesa.
Mas a tarefa se mostrou mais árdua do que ele pensou. Grande parte do longa se destina a contar como a arredia garota se comporta em meio a uma realidade completamente diferente da sua, tendo que experimentar situações absurdas, como tomar banho todos os dias e usar espartilhos. As seqüências mais engraçadas são as que mostram a protagonista tendo que repetir incessantemente vogais, consoantes, sílabas e trava línguas para que sua dicção, entonação e sotaque se tornem mais sofisticados.
Dedico um parágrafo único para falar sobre a atuação de Hepburn. Sua displicência moral e seu forte apelo popular (no início da história) não são nada compatíveis com o garbo e a elegância da Srta. Doolittle que desponta após as aulas de Higgins. Ela é, até aquele momento na história dos vencedores do Oscar, a atriz que mais mereceu levar a estatueta de melhor interpretação para casa. Sua criação é verossímil (mesmo num roteiro fantasioso como esse), convincente e altamente flexível, além de Audrey possuir uma voz deslumbrante.
A produção se divide em dois atos: antes e depois da transformação social de Elisa. O ritmo imposto pelo diretor George Cukor é mais pulsante na primeira parte, deixando a desejar e até cansando na segunda, o que não diminui a magistral existência da obra, que envelheceu muito bem e até será refilmada, tendo como protagonistas Hugh Grant (como professor Higgins) e Carey Mulligan (Em Busca de Uma Nova Chance), substituindo Audrey Hepburn.
Minha Bela Dama levou oito estatuetas no Oscar 1965, entre elas a de Melhor Filme. Entretanto, teve que vencer a disputa, que contou com os seguintes competidores: Mary Poppins, Becket, o Favorito do Rei (Becket), Dr. Fantástico (Dr. Strangelove) e Zorba, o Grego (Alexis Zorbas).
OBS: ATENÇÃO! AINDA NÃO CONSEGUI ASSISTIR O FILME VENCEDOR DO OSCAR 1964 (AS AVENTURAS DE TOM JONES). POR ESSE MOTIVO, PULEI PARA O ANO DE 1965, MAS ASSIM QUE CONSEGUIR ADQUIRI-LO VOLTO PARA QUE SUA CRÍTICA NÃO DEIXE DE SER PUBLICADA.
MINHA BELA DAMA (MY FAIR LADY)
LANÇAMENTO: 1964 (EUA)
DIREÇÃO: GEORGE CUKOR
GÊNERO: MUSICAL/ COMÉDIA
NOTA: 9,0
Para ensiná-la, entra em cena o professor Henry Higgins (Rex Harrison), um lingüista especializado em fonética, conhecido pela sua capacidade em determinar a região exata da Inglaterra em que uma pessoa nasceu apenas pelo seu sotaque. Assim que vê Elisa, com seus trejeitos e grunhidos primitivos, vê a possibilidade de provar à sociedade londrina sua especialidade, além de alimentar o ego por ter conseguido transformar uma pseudomendiga numa princesa.
Mas a tarefa se mostrou mais árdua do que ele pensou. Grande parte do longa se destina a contar como a arredia garota se comporta em meio a uma realidade completamente diferente da sua, tendo que experimentar situações absurdas, como tomar banho todos os dias e usar espartilhos. As seqüências mais engraçadas são as que mostram a protagonista tendo que repetir incessantemente vogais, consoantes, sílabas e trava línguas para que sua dicção, entonação e sotaque se tornem mais sofisticados.
Dedico um parágrafo único para falar sobre a atuação de Hepburn. Sua displicência moral e seu forte apelo popular (no início da história) não são nada compatíveis com o garbo e a elegância da Srta. Doolittle que desponta após as aulas de Higgins. Ela é, até aquele momento na história dos vencedores do Oscar, a atriz que mais mereceu levar a estatueta de melhor interpretação para casa. Sua criação é verossímil (mesmo num roteiro fantasioso como esse), convincente e altamente flexível, além de Audrey possuir uma voz deslumbrante.
A produção se divide em dois atos: antes e depois da transformação social de Elisa. O ritmo imposto pelo diretor George Cukor é mais pulsante na primeira parte, deixando a desejar e até cansando na segunda, o que não diminui a magistral existência da obra, que envelheceu muito bem e até será refilmada, tendo como protagonistas Hugh Grant (como professor Higgins) e Carey Mulligan (Em Busca de Uma Nova Chance), substituindo Audrey Hepburn.
Minha Bela Dama levou oito estatuetas no Oscar 1965, entre elas a de Melhor Filme. Entretanto, teve que vencer a disputa, que contou com os seguintes competidores: Mary Poppins, Becket, o Favorito do Rei (Becket), Dr. Fantástico (Dr. Strangelove) e Zorba, o Grego (Alexis Zorbas).
OBS: ATENÇÃO! AINDA NÃO CONSEGUI ASSISTIR O FILME VENCEDOR DO OSCAR 1964 (AS AVENTURAS DE TOM JONES). POR ESSE MOTIVO, PULEI PARA O ANO DE 1965, MAS ASSIM QUE CONSEGUIR ADQUIRI-LO VOLTO PARA QUE SUA CRÍTICA NÃO DEIXE DE SER PUBLICADA.
MINHA BELA DAMA (MY FAIR LADY)
LANÇAMENTO: 1964 (EUA)
DIREÇÃO: GEORGE CUKOR
GÊNERO: MUSICAL/ COMÉDIA
NOTA: 9,0
3 comentários:
Gui, ótima resenha! Compratilho da mesma opinião que você, "Minha Bela Dama" é um musical muito bem feito e completamente agrádavel. Audrey Hepburn, dá um show de interpretação!
Agora, se não me engano, ela não canta, apenas dubla...mas não tenho certeza desta confirmação!
Abs, cara! xD
Seu texto é bom, mas, confesso, não gostei muito do filme. Quero assistir "Pigmalion", com Leslie Howard.
Abraços.
Audrey Hepburn não ganhou o oscar de melhor atriz. Ela nem sequer foi indicada. E sim, ela dublou as músicas.
Postar um comentário