01 fevereiro 2011

TOP 1995 - Forrest Gump - O Contador de Histórias

De uns tempos para cá, descobri que sou mais sensorial do que imaginava. De toda experiência, carrego um sentimento único, por vezes familiar ou estranho, por vezes triste ou feliz, mas sempre uma sensação nova, inédita. E com o cinema a manifestação destes sentimentos se torna mais nítida, mais espontânea, mais sincera. É como se, como espectador, eu quisesse me tornar um personagem, ou evitar um personagem, ou substituir determinado personagem, enfim, eu me incluo no roteiro a fim de preencher meus próprios erros, meus fracassos pessoais ou para simplesmente me alegrar por não ter a vida que aquela figura da ficção tem.

Depois de ver Forrest Gump – O Contador de Histórias, a intensidade de minhas percepções foi extrema, no que diz respeito à qualidade deste, que foi o vencedor do prêmio de Melhor Filme no Oscar de 1995. Tom Hanks ganha sua segunda estatueta de Melhor Ator consecutiva (havia ganhado em 1994 pela atuação em Filadélfia) por protagonizar um afetado garoto de QI abaixo do normal, que sofre por não ter a capacidade de realizar tarefas simples para a maioria dos garotos de sua idade.

O personagem tem como cenário fixo um banco de praça, do qual conta as histórias de sua vida peculiar aos transeuntes, que se revezam entre diversos perfis sociais e psicológicos, representando, assim, a diversidade de análises sobre o comportamento de Forrest, que é constantemente julgado pela sociedade ao longo de sua trajetória de vida. Desde os colegas de escola até os médicos nos quais sua mãe, vivida por Sally Field, o leva, todos o julgam pela inabilidade de desenvolvimento de relacionamentos ditos normais.

Mas o pequeno protagonista se mostra menos frágil do que parece ao se tornar um jogador de futebol americano pelo simples fato de ser um exímio corredor (e portanto levar sempre o time ao touchdown), servir ao exército e ir para a Guerra do Vietnã, montar uma empresa de pesca de camarões sem querer (ao pagar a promessa feito a um amigo do batalhão de guerra), tornar-se campeão mundial de pingue-pongue, chocar todo o pais ao correr durante três anos seguidos pelos EUA devido a uma desilusão amorosa e interferir positivamente no caso Watergates, escândalo presidencial que abalou a América na década de setenta.

A genialidade do roteiro, no entanto, está em tornar responsável pela narrativa a própria consciência de Forrest. É pela cabeça dele, por meio de sua visão de mundo divertida e criativa, que entendemos que uma história de vida tão impressionante e improvável como a do protagonista é possível, tornando-se delicada e até verossímil aos olhos dos espectadores. Críticos mais ferrenhos pesam a negatividade ao lamentar que o longa seja muito americano, extremamente nacionalista ao encher a película de referências patrióticas. Discordo quando vejo a gigantesca qualidade conseguida pelo diretor Robert Zemeckis e sua equipe.

A trilha sonora, a interpretação, a fotografia (que mostra os quatro cantos dos Estados Unidos de maneira sublime) e especialmente os efeitos especiais são deslumbrantes. Prepare-se para, se você ainda não conferiu o filme, ficar impressionado com a perfeição do machucado de um tenente (amigo de Forrest), que teve de ter suas duas pernas amputadas, como se o ator realmente fosse aleijado, ou o encontro de Forrest com John Lennon e com diversos ex-presidentes dos States (efeitos de montagem que parecem ser VT's reais). É a tecnologia ajudando a melhorar filmes de drama (quase uma novidade no cinema até aquele momento).

Naquele ano (1995) ainda concorreram ao prêmio de Melhor Filme dois clássicos absolutos dos anos noventa (Pulp Fiction: Tempos de Violência (Pulp Fiction) e Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption)), além de Quatro Casamentos e um Funeral (Four Weddings and a Funeral) e Quiz Show – A Verdade dos Bastidores (Quiz Show).

FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS (FORREST GUMP)
LANÇAMENTO: 1994 (EUA)
DIREÇÃO: ROBERT ZEMECKIS
GÊNERO: DRAMA
NOTA: 9,7

3 comentários:

Tô Ligado disse...

Uma das poucas tramas em que o Filme é tão bom quanto o filme.

Abraços

max. disse...

não assiti esse filme, mas quero pedir pa você me visitar no meu blog recém criado, quero que se você gostar do blog me add no seus blogs favoritos, eu preciso de um pouco de divulgaçao! rs

max. disse...

valeu, to aprendendo a seguir, mas vou seguir bastante gente quando aprender, isjoiajs, valeu, meu nome é max, vou arrumar o nome dpois!