Seguindo a mesma linha dos dramalhões amanteigados que levaram a melhor nas premiações do Oscar na década de 80 (Gente Como a Gente, Carruagens de Fogo, Laços de Ternura), Entre Dois Amores, vencedor da estatueta de Melhor Filme em 1986, teve a infeliz pretensão de se tornar um clássico épico, posto que perdeu logo que a poeira do tapete vermelho daquele ano abaixou. Foram 11 indicações e sete premiações, entre elas Filme, Diretor, Roteiro, Fotografia e Som (injustamente, diga-se de passagem). Entre os indicados daquele ano estavam A Honra do Poderoso Prizzi (Prizzi’s Honor), Testemunha (Withness), o metade brasileiro metade americano O Beijo da Mulher Aranha (Kiss of The Spider Woman) e o melhor do ano (para mim) A Cor Púrpura (The Purple Color), de Steven Spielberg.
A história é baseada no romance autobiográfico da dinamarquesa Karen Blixen (ou Isak Dinesen, pseudônimo utilizado por ela), lançado em 1936, que conta a trajetória da escritora no Quênia no início do século XX, quando ela foi para o continente africano a fim de se casar com o primo Barão Bror Blixen-Finecke (Klaus Maria Brandauer), apenas para conquistar a posição de baronesa. O sentimento desnecessário de amor entre eles, aliado ao carinho especial que Karen passa a sentir pelo aventureiro Denys Finch Hatton (Robert Redford), é a receita perfeita para que a corajosa Karen deixe de viver um casamento de fachada e se jogue de corpo e alma nos braços de Denys.
Dois problemas surgem no caminho, entretanto: a protagonista pega sífilis do marido adúltero, tendo de voltar para a Dinamarca para se tratar e, logo após sua volta para a África, descobre que Denys não quer compromisso, abrindo mão de qualquer coisa para ter sua liberdade garantida. A situação piora ainda mais quando um terrível incêndio destrói a plantação de café de Karen (seu sustento) e uma parte da casa onde vive. Apesar de trágica, a vida da mulher que um dia foi delicada se transforma a partir do momento que ela conhece a África (com suas belezas naturais) e o amor de sua vida, mesmo que não seja correspondida.
Desde o início, o filme me lembrou muito o Austrália, com a Nicole Kidman e o Hugh Jackman, só que bem mais chato. Tirando seus méritos (fotografia, trilha sonora e interpretação), Entre Dois Amores peca ao ser longo (e lento) demais e ter no roteiro uma história que parece se orgulhar de ser muito complexa (muitas reviravoltas nas vidas do personagem sem uma liga eficiente), o que na verdade prejudica o ritmo do longa. Como já disse, as atuações de Robert Redford e Meryl Streep (mais uma vez) estão deslumbrantes. Eles conseguem transparecer a paixão que aos poucos surge no casal de amor proibido, convencendo que o amor pode existir, mesmo que para isso duas pessoas completamente diferentes tenham que enfrentar os limites do sentimento.
A fotografia (toda ambientada nas paisagens africanas do Quênia) é deslumbrante, mostrando a aridez e a magia do continente africano, principalmente nas cenas aéreas e nos ataques dos leões (que inclusive dão um pique a maçante história). Por sua vez, a trilha sonora se alia a fotografia para preencher o sentido que o longa se propõe a oferecer ao espectador, gerando uma história bonita, comovente, mas difícil de engolir nos dias atuais. Obs: A tradução do título original é uma das piores que eu já vi.
A história é baseada no romance autobiográfico da dinamarquesa Karen Blixen (ou Isak Dinesen, pseudônimo utilizado por ela), lançado em 1936, que conta a trajetória da escritora no Quênia no início do século XX, quando ela foi para o continente africano a fim de se casar com o primo Barão Bror Blixen-Finecke (Klaus Maria Brandauer), apenas para conquistar a posição de baronesa. O sentimento desnecessário de amor entre eles, aliado ao carinho especial que Karen passa a sentir pelo aventureiro Denys Finch Hatton (Robert Redford), é a receita perfeita para que a corajosa Karen deixe de viver um casamento de fachada e se jogue de corpo e alma nos braços de Denys.
Dois problemas surgem no caminho, entretanto: a protagonista pega sífilis do marido adúltero, tendo de voltar para a Dinamarca para se tratar e, logo após sua volta para a África, descobre que Denys não quer compromisso, abrindo mão de qualquer coisa para ter sua liberdade garantida. A situação piora ainda mais quando um terrível incêndio destrói a plantação de café de Karen (seu sustento) e uma parte da casa onde vive. Apesar de trágica, a vida da mulher que um dia foi delicada se transforma a partir do momento que ela conhece a África (com suas belezas naturais) e o amor de sua vida, mesmo que não seja correspondida.
Desde o início, o filme me lembrou muito o Austrália, com a Nicole Kidman e o Hugh Jackman, só que bem mais chato. Tirando seus méritos (fotografia, trilha sonora e interpretação), Entre Dois Amores peca ao ser longo (e lento) demais e ter no roteiro uma história que parece se orgulhar de ser muito complexa (muitas reviravoltas nas vidas do personagem sem uma liga eficiente), o que na verdade prejudica o ritmo do longa. Como já disse, as atuações de Robert Redford e Meryl Streep (mais uma vez) estão deslumbrantes. Eles conseguem transparecer a paixão que aos poucos surge no casal de amor proibido, convencendo que o amor pode existir, mesmo que para isso duas pessoas completamente diferentes tenham que enfrentar os limites do sentimento.
A fotografia (toda ambientada nas paisagens africanas do Quênia) é deslumbrante, mostrando a aridez e a magia do continente africano, principalmente nas cenas aéreas e nos ataques dos leões (que inclusive dão um pique a maçante história). Por sua vez, a trilha sonora se alia a fotografia para preencher o sentido que o longa se propõe a oferecer ao espectador, gerando uma história bonita, comovente, mas difícil de engolir nos dias atuais. Obs: A tradução do título original é uma das piores que eu já vi.
OBS: Nessa sexta-feira não haverá 1/3 ESTREIA devido ao Reveillon. Volto com o projeto na segunda, dia 3 de janeiro. Agradeço a todos os meus seguidores e amigos que me acompanharam em 2010, peço desculpas por às vezes ser ingrato e não visitar os blogs parceiros por um longo tempo e desejo que o ano que se aproxima seja especial para todos nós. Feliz 2011!
ENTRE DOIS AMORES (OUT OF AFRICA)
LANÇAMENTO: 1985 (EUA)
DIREÇÃO: SYDNEY POLLACK
GÊNERO: DRAMA/ BIOGRAFIA
NOTA: 7,5
ENTRE DOIS AMORES (OUT OF AFRICA)
LANÇAMENTO: 1985 (EUA)
DIREÇÃO: SYDNEY POLLACK
GÊNERO: DRAMA/ BIOGRAFIA
NOTA: 7,5