13 janeiro 2011

TOP 1991 - Dança com Lobos

Foram exatas três horas de exibição. Durante a espera do The End, as semelhança de Dança com Lobos com a megaprodução Avatar, de James Cameron, vão aumentando gradativamente e se tornando cada vez mais evidentes. Com a diferença do ano de lançamento, das locações e da tecnologia utilizada, os dois longas carregam em si a mesma premissa: um personagem, membro de um grupo de exploradores, é designado para fazer contato com uma cultura distante de sua realidade, inserindo-se na vida dos nativos e apaixonando-se por uma garota da sociedade primitiva, o que acaba fazendo com que o mocinho lute contra os seus no fim da história a favor da sobrevivência do povo explorado.

O mocinho em questão é o tenente John Dunbar (Kevin Costner) que, por ser herói de guerra, tem o direito de escolher a próxima região em que vai servir, optando pelo forte Sedgewick, último posto de guarda do exército norte-americano na fronteira oeste dos Estados Unidos, então tomado pelos índios Sioux. Solitário em seu novo abrigo, só resta ao protagonista escrever em seu diário e se distrair com as visitas de Duas Meias, um lobo rajado que sempre aparece para lhe fazer companhia.

Assim que os nativos Sioux descobrem a presença de Dunbar, passam a querer travar contato, mesmo sendo muito difícil a comunicação entre eles. É nessa hora que De Pé com Punho (Mary McDonnell), entra em cena. Ela é uma americana criada pelos índios desde pequena, que ajuda na tradução das conversas entre o soldado e a tribo nativa. Aos poucos, o protagonista vira amigo de Pé Esperneante, Vento no Cabelo e outros índios, aprendendo com a nova cultura o respeito a natureza, a vida simples compartilhada com todos da tribo e o amor, já que se apaixona por De Pé com Punho e vira, definitivamente, um Sioux (sendo batizado por eles como Dança com Lobos).

O longa representa a volta dos faroestes após um tempo de esquecimento total. Kevin Costner produz, dirige e protagoniza sua maior obra até então (e até hoje, já que depois de Dança com Lobos caiu no ostracismo e nunca mais se tornou referência em Hollywood). A narrativa em off é super interessante por representar a solidão de Dunbar no deserto americano e ajudar a compor, juntamente com a fotografia, um universo mais poético para a trama. Por falar em quesitos técnicos, as paisagens do meio oeste estão filmadas de maneira arrasadora e, complementadas pela ótima trilha sonora, caracterizam um conjunto fílmico ímpar.

O roteiro, no entanto, peca na falta de originalidade, na previsibilidade explícita e na insistência pelo lugar-comum, tornando mediana o que deveria ser uma obra-prima. As atuações são razoáveis, com destaque para Costner, que encarna seu personagem de maneira competente, e Grahan Greene (Pássaro Esperneante, que inclusive concorreu ao Oscar pelo prêmio de Melhor Ator Coadjuvante). A história é bonitinha, divertida, empolgante, mas superficial e boba, sem grandes momentos.

Em comparação, na premiação do Oscar de 1991, três clássicos absolutos do cinema também concorreram a estatueta de Melhor Filme e qualquer um deles, menos Dança com Lobos, poderia ter ganhado com mais justiça. São eles: O Poderoso Chefão – Parte III (The Godfather – Part III), Os Bons Companheiros (Goodfellas) e Ghost – Do Outro Lado da Vida (Ghost). Além destes três injustiçados, Tempo de Despertar (Awakenings) também estava na briga, mas como ainda não o vi, não tenho como opinar a respeito (rsrsrs).

DANÇA COM LOBOS (DANCES WITH WOLVES)
LANÇAMENTO: 1990 (EUA)
DIREÇÃO: KEVIN COSTNER
GÊNERO: DRAMA/ FAROESTE
NOTA: 8,0

2 comentários:

Claudinha ੴ disse...

Oi Gui! Pra mim, este é um filmão. Fotografia, trilha sonora hmmmm!
Eu daria 9,5! rsrsrsrs.

Beijão e saudades!

Tô Ligado disse...

Guiiii... a partir dai eu já comeco a lembrar dos filmes. Adorei Danca com lobos.

Ow, vamos combinar sua vinda aqui!