17 julho 2010

TOP 1943 - Rosa de Esperança

A 15ª premiação da Academia mais uma vez reduziu o número de indicados a Melhor Filme, fazendo com que apenas cinco produções concorressem. Além do vencedor, Rosa de Esperança (Mrs. Miniver), entraram no páreo os filmes Ídolo, Amante e Herói (The Pride of The Yankees), A Canção da Vitória (Yankee Doodle Dandy), Soberba (The Magnificent Ambersons) e Na Noite do Passado (Random Harvest).

O nome (nada fiel ao original em inglês) do vencedor gira ao redor da vida da britânica Kay Miniver, interpretada magistralmente por Green Garson, e sua família, que se vê abalada pelas consequências de uma guerra mundial que acabava de começar e prometia grandes estragos em todo o Reino Unido e no mundo. É o primeiro vencedor do Oscar a retratar a Segunda Guerra Mundial e a única produção da história da academia a ser declaradamente propagandística. Os Estados Unidos estavam indecisos se entrariam ou não na Guerra e, por isso, foi encomendado a Sir. William Wyler (o diretor) um longa otimista sobre a disputa bélica que incentivasse os americanos a se aliarem aos aliados, grupo no qual a Inglaterra estava inserida.

O resultado é um filme que a todo momento busca relembrar os espectadores que, independente das consequências que a guerra traga, é indispensável que não haja desistência e que os esforços sejam unidos para que o inimigo perca. Nada pacifista, o roteiro do longa manda o filho (Vin Miniver [Richard Ney]) e o marido (Clem Miniver [Walter Pidgeon]) da Sra. Miniver para a guerra e ainda faz com que a protagonista seja interceptada por um inimigo alemão armado enquanto estava sozinha em casa. Além de tudo isso, a casa dos Miniver é destruída e algumas mortes de pessoas queridas ocorrem ao longo da trama.

A rosa propriamente dita entra como o símbolo de esperança dentro do clima pesado que a guerra traz ao lugar. Batizada como Mrs. Miniver, a flor cultivada pelo sacristão da cidade, o Sr. Ballard (Henry Travers) entra na competição de rosa mais bonita do local. A flor funciona como uma espécie de fio condutor que encontra seu auge do positivismo no sermão do padre do vilarejo que encerra o longa. Nele, palavras de liberdade, patriotismo e esperança se juntam ao cenário da igreja destruída para conferir à produção sua função principal: a propaganda da guerra.

Apesar do roteiro bem montado, das boas interpretações (o que garantiu a Green Garson o prêmio de Melhor Atriz) e de uma eficiente trilha sonora, fico me perguntando se a Academia premiou o filme simplesmente por ele ter sido bom (o que era de se esperar) ou outros fatores pesaram na hora da decisão (se até a produção foi comprada, imaginem a premiação). Não deixem de reparar que, abaixo do The End, há uma mensagem que pede verbas para o fundo de investimento de guerra dos Estados Unidos.

ROSA DE ESPERANÇA (MRS. MINIVER)
LANÇAMENTO: 1942 (EUA)
DIREÇÃO: WILLIAM WYLER
GÊNERO: DRAMA/ GUERRA
NOTA: 6,5

4 comentários:

Tô Ligado disse...

E ae Gui BLZ?

Cara, sempre que entro aqui é ver a média de filmes/qnt de dias.

Essa semana até assustei pq sua média havia caído. Vai ter que correr contra o tempo hein?

Bom fim de semana

Alan Raspante disse...

Oi Gui!
Tudo beleza, cara ? Espero que sim!
Então, estou achando incrível esses filmes clássicos que vc anda postando, muitos filmes eu não conheço, como este por exemplo. Garoto, vc só me deixa com muita vontade de conferir esses filmes, rs
Abs.
ótima resenha!

Brentegani disse...

Hum... acredito que esse filme seja dispensável na minha vida hein... não sou nem um pouquinho favorável aos conceitos (que na minha concepção, é loucura) dos norte americanos e não gosto de filmes violentos ao extremo...
Texto bacana (como sempre), já tá virando clichê essa parte né. hehe
Bjs

Obs.: Ah, mas me divirto muito vendo as fotos das capas dos filmes antigos, todas muito parecidas né, o pessoal com cara de dor. rs

Cristiano Contreiras disse...

Este não conheço, mas vou me retratar. rs