14 julho 2010

De Frente com Eles

Nossos ídolos nos ensinam lições que ficarão para sempre como mandamentos a serem cumpridos. São através de seus exemplos que firmamos nossa personalidade, que definimos nosso estilo, que orientamos nossas escolhas. Se perguntarem quem são meus ídolos, ficaria um certo tempo citando pessoas que me inspiram nas mais variadas áreas do conhecimento (seja na música, no cinema, na teledramaturgia, na oratória, na inteligência, na ética, na beleza, e assim por diante). Não há indivíduo perfeito, mas há pinceladas de perfeição nas ações daqueles que sigo.

Como bom aspirante à comunicólogo que sou, tenho atenção redobrada àqueles que se utilizam da palavra e da eloqüência verbal para tentarem convencer, para formar opiniões, para se exporem enquanto questionadores. Sem me esquecer de citar figuraças da arte da entrevista, como David Latterman, Leda Nagle, Roberto D’ávila e Heródoto Barbeiro, uso a postagem de hoje para comparar os dois mais competentes entrevistadores da televisão brasileira atualmente: Jô Soares e Marília Gabriela.

Jô já consolidou seu espaço na TV Globo com sua irreverência, espontaneidade e carisma típico do seu programa influenciador, o David Latterman Show, do GNT. Sua principal habilidade, vide opinião dos críticos de plantão, é a capacidade de ser mais importante que seu entrevistado, transformando seu programa em atração de entretenimento, em contraposição ao de seus colegas jornalistas. A origem na comédia faz com que, além de seu vasto conhecimento, Jô Soares possa descontrair com quem é que beba de sua caneca. Um convite para participar de suas “entrevistas” é gênero raro de luxo e é capaz de alavancar qualquer carreira fracassada.

Marília Gabriela, ou Gabi, encontra de frente em seu estúdio negro personalidades de todas as áreas e atuações, a fim de valorizar o conhecimento. Salvas as exceções, nem o entrevistado, nem a entrevistadora brilham mais que a informação, o motivo principal de fazer com aquela pessoa seja convidada a ser entrevistada. Com origem no jornalismo, Gabi tem um programa semanal no GNT e, desde o mês passado, passou a comandar o De Frente com Gabi no SBT, todos os domingos, à meia noite. Estou acompanhando todas as edições de seu programa na emissora do Baú e Gabi foi capaz de variar de assunto em todos os finais de semana, levando a Hebe, o Ronaldo Fenômeno, o Pe. Fábio de Melo, o governador Aécio Neves e a sexóloga Carmita Abdo.

A maior qualidade da entrevistadora é a sutileza em questionar o que de mais polêmico haja, sem que a vítima fique constrangida ou acuada. O enorme conhecimento adquirido ao longo de mais de três décadas de carreira garante segurança e domínio do assunto. O famoso bate bola foi insistentemente copiado por muita gente ao longo dos anos. Mesmo que hoje assista seu programa mais por ela do que pelo entrevistado, Gabi continua a ter uma postura imparcial, equilibrada e dando o maior – e devido espaço, a quem mais interessa para o telespectador: o entrevistado e o que ele tem a dizer.

Jô Soares, juntamente com o colega de Globo Faustão, está no rol dos interrompedores de entrevista, ou seja, aqueles que não deixam seu convidado falar, ou porque mudam o caminho da entrevista, ou porque acham que uma história pessoal (e muitas vezes desconexa do assunto principal) tem mais importância para quem assiste do que as do entrevistado. Além deste detalhe, é por meio do mordomo chileno Alex e do sexteto que Jô transforma o que era para ser um programa jornalístico de entrevista em show televisivo.

É evidente que faltam espaços para que a arte e a técnica da entrevista sejam valorizadas na televisão, e que os poucos que existem não estão acessíveis a grande população (pelo horário, que facilita a despreocupação com a audiência) e pela acumulação em canais fechados e/ou alternativos, longe de chamarem a atenção de quem se concentra preso nos primeiros números do controle remoto.

2 comentários:

Brentegani disse...

Fala seu Gui!! Adooro o Jô, antigamente não "ia pra cama" sem ele (rs), hj não consigo mais esperá-lo e isso é mto triste, como vc comentou do horário e tal... Já a Gabi eu acompanhava mais quando eu era menor (lembra um tempão atrás que ela tinha programa aí no Baú mesmo?)rsrs, então, nessa época.
#oremos que o milagre aconteceu, bloquinho atualizou. rs
5 bjus

Tô Ligado disse...

E ae Gui, blz?

Cara você disse tudo. Jô e Gabi são simplesmente demais... No Brasil, também gosto da Fernanda Young, acho bem deslocado o jeitão dela...

***


Ow, minha net está uma porcaria. Vi que vc me add, mas agora meu MSN tá de pirraça comigo! hehe

Bom fds!