05 março 2011

TOP 2002 - Uma Mente Brilhante

Brilhante. Esse é o adjetivo ideal para representar as inúmeras qualidades do vencedor do Oscar 2002 na categoria Melhor Filme: Uma Mente Brilhante. Brincadeiras com o título do longa a parte, ele é carismático a ponto de prender a atenção de qualquer espectador ao longo das mais de duas horas de duração. A trama central permeia (quase) toda a vida de John Nash, matemático famoso por ter levado o Nobel de 1994 devido a suas idéias revolucionárias na área de planejamento estratégico-militar e pela competência em achar padrões numéricos de comportamento em atividades cotidianas, como movimentos de pombos, descobertas que influenciam teorias econômicas até hoje. Nash passou os anos 40 e 50 buscando uma idéia original que o levasse a se destacar entre os colegas, que o fizesse ser amado por meio de uma socialização mais efetiva. Ele conseguiu, mas abrindo mão de sua plena saúde mental, tendo desenvolvido um grave estado de esquizofrenia.

O longa se presta a contrastar a relação entre as limitações mentais e a genialidade do protagonista, que em certo ponto da história desconhece a diferença entre o que é real e imaginário, quem são as pessoas que realmente se preocupam ou aquelas que, imaginadas pelo subconsciente afetado, existem apenas para confundir a noção de realidade de John. Nós, como espectadores, somos inseridos na trama de uma tal forma que vivemos sua doença e nos confundimos com suas confusões. Outro mérito da obra é que ela não se preocupa em manter em segredo as surpresas do roteiro, que são lançadas assim que a história exige, construindo, mesmo dessa forma, um ritmo pulsante e ágil.

Um dos grandes responsáveis pelo êxito de Uma Mente Brilhante é Russell Crowe, que dá vida a um típico intelectual recluso, sem a mínima capacidade de socialização . Os trejeitos criados pelo ator (que geralmente se presta a personagens parrudos e insensíveis) são extremamente sutis e caracterizam com humanidade impressionante a imagem do matemático biografado. Infelizmente Crowe perdeu o título de melhor ator do ano para Denzel Washington (Dia de Treinamento), que também fez um ótimo trabalho, mas nada comparado ao preciosismo de Russell.

Além de filme, Uma Mente Brilhante levou para casa as outras três indicações que obteve (diretor para Ron Howard - O Código da Vinci, Cocoon – atriz coadjuvante para Jennifer Connelly – que interpretou Alicia, esposa de Nash – e roteiro adaptado). Falando um pouco sobre Connelly, além de seu talento, os dois olhos azuis que a atriz juvenil carrega foram essenciais para cativar público e crítica. O sofrimento pelo qual sua personagem passa (presa entre o fim do amor pelo marido doente e a responsabilidade de continuar ao lado dele) constitui uma complexidade dramática que Jennifer conseguiu captar e transpor para a tela de forma exuberante.

Como o roteiro se passa entre os anos 40 e 90, o trabalho de maquiagem teve de envelhecer (e muito) a maioria dos personagens, desafio vencido da melhor maneira possível pela equipe técnica, que não recebeu o prêmio de melhor maquiagem daquele ano (explicação: concorreu com O Senhor dos Anéis) mas produziu um trabalho histórico para o cinema. Os concorrentes de Uma Mente Brilhante na categoria Melhor Filme foram: Moulin Rouge – Amor em Vermelho (Moulin Rouge!), Entre Quatro Paredes (In The Bedroom), Assassinato em Gosford Park (Gosford Park) e O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (The Lord of The Rings: The Fellowship of The Ring).

UMA MENTE BRILHANTE (A BEAUTIFUL MIND)
LANÇAMENTO: 2001 (EUA)
DIREÇÃO: RON HOWARD
GÊNERO: DRAMA
NOTA: 9,0

2 comentários:

Tô Ligado disse...

Cara... esse fim de semana tah muito apertado pra mim tbm. Assumi os plantoes do carnaval, pq dia 18 de março embarco pra SP o// e fico aí até dia 21. Mas ve se compra um tim... ou me manda seu numero depois p gnt conversar!

Abraços

Anônimo disse...

outro que não entendo como foi ganhar 4 oscars... 'moulin rouge' deveria ter ganho aquele ano

http://filme-do-dia.blogspot.com/