Uma das mais presentes considerações da cantora foram as críticas à Indústria Cultural e seus efeitos na indústria fonográfica brasileira, com a invasão de modelos norte

Dá pra perceber que todos tinham consciência que Elis era fortemente ativista, ou seja, participava com frequência das discussões sobre a sociedade da época. Durante toda sua curta carreira, ela foi responsável por afirmações rígidas, comprometedoras e pertinentes às mazelas sociais que assolavam não somente o Brasil.
Dois dias depois, no sábado, estava eu assistindo Lobotomia, o programa de entrevistas do cantor Lobão, na MTV, com a participação do vocalista do Detonautas, Tico Santa Cruz, quando o mesmo assunto veio à tona: enquanto falavam sobre o conceito de homofobia e a suspeita de o Dourado, do BBB, ser homofóbico ou não, Tico alertou o público sobre a necessidade de os artistas, por terem a publicidade a seu favor, serem ativistas.
A partir deste argumento, comecei a pensar se apenas o fato de uma pessoa ser pública a obriga a expor suas opiniões em campanhas reivindicatórias. É evidente que inúmeros artistas promovam discussões e incentivem diversos tipos de mudanças, mas isso é essencial para uma carreira artística e desqualifica a pessoa que se recusa a se posicionar?
Um exemplo típíco da descriminação pública contra artistas que não se mantém firmes nas suas ideias e não as expõe frequentemente é a chuva de críticas feitas à cantora Maria Rita no ano passado por ela não ser tão ativista quanto a mãe. Para se ter uma ideia, os que se revelaram contra a posição contida de Maria Rita duvidaram até do talento da cantora, criticando suas potencialidades vocais: uma manifestação descabida! (É importante ressaltar que desde o ano passado, Maria Rita está engajada na campanha Doe um Livro, pelo Twitter, que já arrecadou quase 80 mil livros usados, que estão sendo doados por livrarias pelo país).
Para mim, há duas possibilidades de os artistas se manifestarem sobre algum assunto de interesse social. Primeiramente, nos seus próprios trabalhos (críticas embutidas nas músicas, como na Ditadura Milita

Em segundo lugar, em trabalhos (voluntários) alternativos, que satisfazem os princípios morais e éticos dos artistas, além de alavancar suas carreiras, como era o caso de Elis (que usava as duas possibilidades), a campanha Amazônia Para Sempre, que Christiane Torloni propaga pelo país há tempos, as diversas ONG's que são agraciadas pelo capital e apoio de inúmeras celebridades etc.
Atualmente, a tecnologia torna possível o ciberativismo, ou seja, a propagação de ideias e críticas sociais virtualmente, através da internet. Com esta possibilidade, é inevitável o aumento da participação dos artistas em campanhas. Mas fica a minha posição: mesmo que não haja esse aumento, não é obrigação de ninguém (mesmo que seja conveniente) expor ideias libertárias, revolucionárias, críticas ou reivindicatórias.
E você, acha que todo artista ou pessoa pública tem a obrigação de usar seu espaço na mídia para expor ou propagar suas opiniões sobre as questões sociais?
Um comentário:
Oi gui...
Postando aki pela 1ª vez...rsrs
Por obrigação nunca..."obrigação" é uma palavra que restringe a liberdade, e sem liberdade e essência é outra.
Mas por vontade, por opção, por questões ideológicas, eu acho interessante, pois são pessoas que querendo ou não, possuem influência na mídia e quando bem direcionadas podem ajudar nas causas que se dedicam. Porém, concordo com vc que não somente através do engajamento propriamente dito, mas tb através da arte que escolheram, podem ser gdes transformadores de opiniões e da própria sociedade.
Isso tb tem dois lados, a influência boa e a negativa...mas tudo na vida tem dois lados neh? Cabe-nos somente saber discernir...
Fica na paz.
Bj.
Postar um comentário