10 novembro 2010

TOP 1969 - Oliver!

Vinte anos antes, em 1948, saía da mente habilidosa de David Lean (Doutor Jivago, Lawrence da Arábia, A Ponte do Rio Kwai) a mais memorável das versões cinematográficas para o protagonista do mais famoso romance de Charles Dickens: Oliver Twist. O órfão aprendiz de delinqüente ávido pelo amor de uma família real, entretanto, perdeu um pouco de seu brilho, carisma e até detalhes importantes de sua história quando, em 1968, o diretor Carol Reed resolveu transformar sua trágica trajetória em número musical (e como a Academia tem uma predileção escancarada por musicais, você já viu o que aconteceu né?).

A impressão ao assistir Oliver! vencedor do Oscar de Melhor Filme no Oscar de 1969, é que tudo é muito jogado e só existe para dar suporte aos números musicais e coreografias megalomaníacas. As cenas musicadas representam grande parte do filme, mas existem sem realmente terem um porquê (como acontece com as trocentas músicas inseridas em Cantando na Chuva [todas acertadamente bem posicionadas]). Ainda se o roteiro fosse original, dava um desconto, mas a embromação era evidente numa história que todos já conheciam.

Oliver Twist é o nome dado pelos educadores de um orfanato da Inglaterra a um menino encontrado na rua. Seu comportamento, no entanto, se mostra inadequado diante das normas internas do lugar (ele é muito comilão) o que faz com que o garoto seja vendido a uma família, que também o maltrata e julga sua mãe morta. Oliver foge e vai parar em Londres, onde conhece Dodger e outros garotos que, assim como ele, estão sozinhos na cidade grande. Para se sustentarem, são protegidos pelo Sr. Fagin, que em troca de comida e teto exige que trabalhem como batedores de carteira para ele. Após ser pego pela polícia e encaminhado para a casa do Sr. Brownlow, Oliver descobre o verdadeiro amor de uma família, mas é impedido de continuar morando lá pela gangue de Fagin, que tem medo que Oliver dedure sua atividade ilícita, e o seqüestra.

As canções são adequadas, inovadoras e até divertidas, porém são extremamente longas e desnecessárias em diversos trechos. O primeiro diálogo demora muito a aparecer, uma vez que toda a introdução da história é dada através de música. Pode ser que na época o ritmo da trama tenha agradado, mas com o tempo, o filme tornou-se muito cansativo. Ele não envelheceu bem, mesmo se tratando da história do cativante Oliver Twist.

Em contrapartida, no mesmo ano de 1969, poderia participar da disputa para Melhor Filme uma das obras primas de Ridley Scott: 2001 – Uma Odisséia no Espaço que, convenhamos, é bem melhor que Oliver! Porém, 2001 não chegou nem a ser candidato. Mais uma da Academia....Naquele ano, concorreram juntamente com o vencedor: Rachel, Rachel, Romeu e Julieta (Romeo e Juliet), O Leão no Inverno (The Lion in Winter) e Funny Girl – A Garota Genial (Funny Girl).

OLIVER!
LANÇAMENTO: 1968 (REINO UNIDO)
DIREÇÃO: CAROL REED
GÊNERO: DRAMA/ MUSICAL
NOTA: 7,0

2 comentários:

Tô Ligado disse...

Nossa, sempre ouvi falar desse filme, mas nao sabia que era tao antigo!

Abracos

pseudo-autor disse...

Nunca consigo encontrar esse filme (e olhe que já li muita coisa boa sobre ele na internet!).

Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com