04 maio 2011

NãPAM - Franquia Pânico

O primeiro Não Perca Antes de Morrer da nova temporada do 1/3 traz como dica imperdível a série de filmes que revolucionou o terror na década de 90 e que, dez anos depois, estreia sua quarta e (ao que tudo indica) última parte. Depois da geração Jason e Freddy Krueger, Wes Craven (que já tinha produzido A Hora do Pesadelo anos antes) presenteou os fãs do gênero com um fôlego nunca antes conquistado no terror. Sam Raimi até tentou imputar um humor pastelão em suas Noites Alucinantes da década de oitenta, mas foi Craven quem determinou que uma máscara cafona, tombos do assassino em momentos estratégicos, uma mira sofrível, alguns erros de continuidade explícitos e o que se convencionou chamar de metalinguagem cinematográfica moderna pudessem ser as novas regras de todo um gênero desde então.(Só para explicar: metalinguagem cinematográfica moderna é a discussão sobre filmes de terror dentro de um filme de terror. Em Pânico, elementos como as regras de sobrevivência, os passos do assassino e a conduta das vítimas são debatidos por cinéfilos de uma High School americana com base na história do cinema de terror do passado. As análises dos estudantes incentivam o ataque do assassino que, supostamente, está entre eles).

Seguidores da descoberta da nova fórmula de se fazer terror, como Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado e Lenda Urbana, ou simplesmente sátiras escrachadas, como Todo Mundo em Pânico, apareceram aos montes e, aos poucos, as novas gerações se acostumaram com a dobradinha humor/ terror como um elemento essencial da nova safra.



Mesmo com uma nova febre em desenvolvimento (os chamados filmes de terror documental, como REC, A Bruxa de Blair e Atividade Paranormal) Craven decidiu investir na continuação da trilogia, com o trunfo marqueteiro de que a quarta parte da série iria renovar as regras do jogo. O que se vê, no entanto, é o mesmo esqueleto dramático e as mesmas reviravoltas do roteiro, a não ser pelo fato do longa possuir um início e um desfecho muito criativos (diferente do segundo e do terceiro Pânico). Problemas de continuidade e da direção de arte continuam explícitos (assim como nós, fãs, gostamos de ver) e mesmo com o passar do tempo e a possibilidade do uso de ínumeras tecnologias, não se percebe a utilização de efeitos especiais (realismo que, para mim, é ponto positivo).

A tensão e os sustos que os primeiros filmes causam no espectador não se repetem na quarta parte, que apela mais para a comédia e o suspense. Os diálogos são homenagens à trilogia original, com engraçadíssimas tirações de sarros entre os personagens, que sofrem com uma nova chacina em Woodsbooro, 10 anos depois do fim do pesadelo de Sidney Prescott (Neve Campbell), Gale Weather (Courteney Cox) e o xerife Dewey (David Arquette). Todos acham que após a volta de Sidney à cidade (ela foi lançar seu mais novo livro, um auto-ajuda contando como foi sua superação após os assassinatos) todos que estiverem a sua volta irão morrer (o apelido de Sidney passa a ser Anjo da Morte).

Com mais idade e prestígio na pequena cidade, Prescott e Gale (que também estão super botocadas) tentam descobrir qual é a nova fórmula do assassino para tentarem evitar mais mortes (talvez essa seja a única mudança na conduta de Ghostface). Dos quatro longas, é o que possui a segunda justificativa mais plausível e verossímil para o assassino atacar, porém, é o mais deslocado em relação aos outros três (um dos principais fatores é a própria distância temporal de lançamento, obviamente). Apesar da verossimilhança em relação à justificativa, é totalmente inverossímil no que diz respeito a lógica do roteiro, como se pode perceber nos questionamentos abaixo:

Como Dewey demora tanto para chegar de um lugar a outro na cidade, sendo que desde o Pânico 1 se sabe que Woodsbooro é bem pequena? Porque não chamar reforços policiais de distritos vizinhos para auxiliar na captura de Ghostface? Qual é o objetivo em, mesmo sabendo que é para se trancar todas as portas e janelas das casas, deixar alguma passagem sem cadeado decretando, assim, seu atestado de óbito?


Outras questões inerentes ao estilo do terror pregado por Craven e até mesmo à sátira metaliguística que ele faz aparecem também no novo lançamento, como os misteriosos motivos de sair sozinho de casa quando se sabe que há algo de errado acontecendo, a mania (feia) de abrir a porta e sair pelo quintal no escuro ou subir as escadas até o sotão empoeirado (é só para afirmar que é machão?? Vai se dar mal e vai ser bem feito!), enfim, parece que todos os personagens de filmes de terror se inflam de um orgulho besta que só morrendo para se dar conta de que não é assim que as coisas acontecem...


Seja 1, 2, 3 ou 4, Pânico é um divisor de águas na história do cinema de terror, marcou uma geração de apaixonados pelo gênero e volta com todo estilo para matar as saudades dos mais velhos e para apresentar para as novas gerações o que de melhor se fez no fim do século passado (ohhh!). Se fosse para ranquear os quatro filmes da série, diria que minha lista ficaria assim:


4º Lugar: Pânico 3 (2000)
3º Lugar: Pãnico 4 (2011)
2º Lugar: Pânico 2 (1997)
1º Lugar: Pânico (1996)

13 comentários:

K disse...

Eu, particularmente, gosto da trilogia. Quando vi que ia sair a continuação fui assistir....
me divirto com esse filme, mas esse 4 está mais sangrento do que os outros...

blogtvmovies.blogspot.com

Brentegani disse...

os tópicos mudam de nome,mas continuam ó. rsrs
então meuamigo doido por terror, acredita que sempre tive medo de assistir Pânico e foi assim até com o Chuck (coisa de kids)rs, quando assisti ri mais do que tudo. rs
bjobjo

Tô Ligado disse...

Gui... mt bom o post. Meu ranking ficaria assim:
Pânico
Pânico 3
Pânico 4
Pânico 2

Pelo que li, o 4º filme é o inicio de uma nova trilogia que acontecerá se a bilheteria deste filme for boa.

Bom fds, Abraços

Brunno Luiz

Alan Raspante disse...

Eu já vi o primeiro Pânico e preciso urgentemente ver o 2 e o 3 para enfim ver o 4! Ufa! ehehhehe

Rafael W. disse...

Muito bom o texto! Mas o meu ranking é um pouquinho diferente:

4º Lugar: Pânico 3 (2000)
3º Lugar: Pãnico 2 (1997)
2º Lugar: Pânico 4 (2011)
1º Lugar: Pânico (1996)

Abraço!

http://cinelupinha.blogspot.com/

Anônimo disse...

Sou fascinado pelos filmes da série e fiquei extremamente feliz com a quantidade de críticas positivas que li em blogs. De qualquer forma eu estava pronto pra adorar esse filme, e ele foi muito além do que eu esperava.

4º - Pânico 3
3º - Pânico
2º - Pânico 4
1º - Pânico 2

http://filme-do-dia.blogspot.com/

Cine Mosaico disse...

Eu gosto da trilogia e me diverti horrores no cinema vendo "Pânico 4". Porém o primeiro episódio da série é o melhor mesmo.

Abs. João Linno.

o Humberto disse...

Então... eu acho que eu sou a única pessoa no mundo que não gosta assim de Pânico. Nem nos anos 90.

Mas foram tantos amigos de blog falando do filme que eu acho que vou até voltar a assistir, nem que seja pra avaliar de novo. Quem sabe não mudo de ideia? ;)

Anônimo disse...

Eu prefiro o Pânico da década de 90 do que o Pânico 4, mesmo assim achei que a metalinguagem está muito mais forte no terceiro e nesse último..Achei todos legais e achei que a fórmula de Wes Craven funcionou naquela época, mas acho que hoje não me causa mais grande admiração..
=1

Gustavo Fiorini disse...

O que aconteceu com você, Gui? Volte logo, garoto!

Alan Raspante disse...

Gui... cadê você, cara? O que te aconteceu? Apareça...!!

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


COMPARTIENDO ILUSION
GUI BARRETO

CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...




ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE FLOR DE PASCUA ENEMIGOS PUBLICOS HÁLITO DESAYUNO CON DIAMANTES TIFÓN PULP FICTION, ESTALLIDO MAMMA MIA, TOQUE DE CANELA ,STAR WARS,

José
Ramón...

Rodrigo Mendes disse...

É cara, você sumiu heim? Tava dando uma olhada no meu blogroll.

Apareça rapaz!

A série Pânico é antológica.

Abraço.