10 fevereiro 2011

TOP 1997 - O Paciente Inglês

Lento: esse é o adjetivo perfeito para definir O Paciente Inglês, longa (literalmente) vencedor do prêmio de Melhor Filme no Oscar de 1997. A obra, co-produzida pelos Estados Unidos e Inglaterra, conta, através de flash-backs, a história de amor entre o conde László de Almásy (Ralph Fiennes) e Katharine Clifton (Kristin Scott Thomas), durante uma expedição pela África Subsaariana em plena Segunda Guerra Mundial. Almásy, em seu leito de morte após um acidente aéreo, recebe os cuidados de uma enfermeira canadense (Hana, vivida pela altiva Juliette Binoche), que além de tentar entender o que aconteceu com o desconhecido moribundo, procura expurgar o medo de perder todos que ama na Guerra por meio da solidão (ela abandona sua tropa para, sozinha, cuidar do paciente inglês – como o indigente é chamado – nas ruínas de um antigo mosteiro).

Com o passar do tempo, começamos a entender o drama de László, que foi apaixonado pela esposa de um correligionário inglês, seu parceiro na luta contra os adversários bélicos (vivido por Colin Firth). A história de amor proibido dos protagonistas é digna dos grandes épicos da era clássica do cinema (o filme me lembrou muito Casablanca, inclusive por também se passar no continente africano), porém seu roteiro, pelo fato de intercalar com muita freqüência o passado e o presente, perde-se e se torna cansativo, monotonia implementada pelo excesso de quadros monocrômicos. É muita areia, muito vento, muito deserto e pouca ação, pouco movimento.

Mesmo não tendo uma duração muito grande (em comparação com os épicos gigantes que são queridinhos da Academia), O Paciente Inglês circula e não diz nada, o que o torna excessivamente maçante. As interpretações, não sei se pelo fato de eu não ter gostado do conjunto da obra, também não me agradaram. Ralph Fiennes, Juliette Binoche e Colin Firth, como todo mundo sabe, são mestres na atuação, mas não me convenceram nesta superestimada produção, que obteve nove estatuetas no Oscar, sem merecimento, entretanto.

Além deste, concorreram ao prêmio de Melhor Filme mais quatro produções (como de costume): Segredos e Mentiras (Secrets & Lies), Fargo – Uma Comédia de Erros (Fargo), Shine – Brilhante (Shine) e Jerry Maguire – A Grande Virada (Jerry Maguire). Confesso que ainda não assisti nenhum dos candidatos além do vencedor, mas uma coisa é evidente: uma obra que se propõe homenagear os clássicos épicos das décadas passadas e não oferece diferencial algum em relação às produções predecessoras, sem que haja um gancho de atualidade que garanta, no mínimo, a identificação do público com o estilo fílmico em que o longa foi rodado, é fraca. Não deve haver confusão, no entanto, entre uma produção épica e uma produção antiga. O que entra em discussão são as características cinematográficas que uma época carrega, podendo um filme épico ser rodado em qualquer tempo, desde que seja atual (em estilo, e não no roteiro).

O PACIENTE INGLÊS (THE ENGLISH PATIENT)
LANÇAMENTO: 1996 (EUA)
DIREÇÃO: ANTHONY MINGHELLA
GÊNERO: DRAMA/ GUERRA
NOTA: 7,0

Um comentário:

Tô Ligado disse...

Drama e Lento? Tô fora!